Quem passou pela vida em brancas nuvens
E em plácido repouso adormeceu
Quem sentiu o fio da desgraça
Quem passou pela vida e não temeu
Foi espectro de homem, não foi homem
Só passou pela e não viveu
Mas tu ,Rabelo,tu viveste tanto,
Fizeste tanto, tanto te doaste,
Que, mesmo em vista de algum desencanto,
Seguiste em frente, não te acovardaste.
Vestindo toga de demônio e santo,
No mais terrível divinal contraste
Foste guerreiro do riso e do pranto
Todas as lutas sem temor lutaste
Se a poesia perde uma menestrel
Perde o direito um gênio bacharel
E o magistério um mestre sem igual.
Enquanto a gente sofre, chora e sente,
O céu gargalha sobre a dor da gente
Por que recebe um santo genial.
(Dedé Monteiro)
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